Dona Zilda: uma das marcas mais tradicionais da 30ª Fenadoce

Presente no evento desde a primeira edição, a Doces Dona Zilda é referência e sinônimo da tradição doceira de Pelotas. (Foto: Rafael Takaki)

Por Álvaro Guimarães

Entre as tantas marcas presentes na 30ª Feira Nacional do Doce (Fenadoce), uma em especial se destaca e se confunde com a história do evento: a Dona Zilda Doces Cristalizados. Desde 1986, a família Sias expõe e comercializa seus produtos nesta que é uma das principais feiras gastronômicas do Brasil.

Criada em 1943, a empresa transformou o apelido da matriarca da família, Tusnelda Classen Sias, – falecida em 2010 – em uma poderosa marca e uma referência da tradição doceira de Pelotas. Atualmente, a empresa mantém uma linha com mais de 30 produtos e está presente em todos os estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

A Dona Zilda é responsável por manter a Fábrica de Doces, na qual os visitantes podem conferir de perto todo o processo de fabricação dos doces cristalizados. E apesar de vender tudo o que é feito diariamente para os consumidores que passam pelo evento, o sócio proprietário Sérgio Sias revela que esta não é a principal finalidade da participação da marca. “A Fenadoce nos dá uma grande projeção para abrir novos mercados e isso que procuramos. Todos os anos viemos para a Feira para fazer negócios empresa-empresa, buscando novos revendedores para nossos produtos e novos parceiros estratégicos”, diz.

A Dona Zilda é responsável por manter a Fábrica de Doces, na qual os visitantes podem conferir de perto todo o processo de fabricação dos doces cristalizados. (Foto: Rafael Takaki)

Uma presença fiel e constante

Em 1986, o então prefeito Bernardo de Souza abraçou a ideia de realização da 1ª Feira Nacional do Doce, que aconteceu entre 15 e 19 de janeiro no Campus 3 da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), no Laranjal. Entre os expositores da primeira edição, estava a família Sias, que nunca deixou de estar presente em nenhuma Fenadoce.

“Naquela época, o doce de confeitaria ainda tinha uma produção muito pequena na cidade. Então, as primeiras feiras foram carregadas pelos doces cristalizados e a indústria de conservas como um todo”, comenta Sias.

Após três edições consecutivas promovidas a cada dois anos, o evento foi descontinuado por cinco anos até voltar a ser realizado em 1995 já sob a coordenação da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), então presidida pelo empresário Edson Nobre. Nesta 4ª Fenadoce, realizada no prédio da antiga Fábrica de Fiação e Tecidos Pelotense, na zona do Porto, funcionou pela primeira vez a Fábrica de Doces montada pela Dona Zilda.

“O evento teve um público fora da nossa realidade, o que obrigou a CDL a procurar um novo local, mais amplo e adequado para receber a Fenadoce. Foi quando chegamos ao prédio da antiga Cica Sul, que hoje é o nosso Centro de Eventos. A primeira edição realizada nestes pavilhões já foi diferenciada em todos os aspectos”, afirma Sias, que em 2001 presidiu a CDL e coordenou a realização da 9ª Fenadoce.

Dona Zilda

Tusnelda Classen nasceu em 1929 na colônia Santo Amor, no interior de Pelotas, hoje município de Morro Redondo. Ainda criança, ganhou o apelido de Zilda e desde muito jovem auxiliava a mãe na produção de doces caseiros, feitos em tachos de cobre e que eram vendidos na cidade.

Em 1943, já casada com Nery Sias, mudou-se para a cidade de Pelotas, onde o casal montou uma pequena fábrica de doces caseiros. Em 1974, Zilda fica viúva e passa a contar com a ajuda dos filhos para tocar o negócio, que nas décadas seguintes prosperou e se tornou uma referência da produção doceira de Pelotas.

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