
Após cinco anos sem realizar internações, o hospital local Doutor Ernesto Maurício Arndt, está em obras. As alterações iniciam já pela rampa de acesso à instituição, que diferencia a entrada para a internação, à direita, e ao pronto-atendimento, à esquerda.
A obra, que atende as orientações da Vigilância Sanitária Estadual e tem responsabilidade técnica do arquiteto especializado em engenharia hospitalar, Matheus Vareira, inclui ainda, a construção de almoxarifado, enfermaria coletiva com seis leitos e a adaptação dos antigos quartos de quatro para três leitos, totalizando 30, o mínimo exigido para internação. O investimento total previsto é de R$ 590 mil.
Após estas adaptações, que são realizadas com valores de emendas parlamentares, recursos próprios obtidos a partir do Cartão Fidelidade da instituição e doações da comunidade, a ideia é obter junto ao governo do Estado, através da Secretaria da Saúde, não apenas a autorização para voltar a internar mas, futuramente, também o status de referência em geriatria para a região Sul. A expectativa da direção é de que as obras estejam concluídas até o final de 2022. Caberá à prefeitura, realizar a pavimentação da rua de acesso ao hospital.
De acordo com a diretora administrativa Liane Arndt e o presidente Altair Faes, além de ser destinado ao atendimento dos quase seis mil habitantes de Morro Redondo, há ainda a população do entorno, de 25 a 30 mil pessoas, num raio de 15 quilômetros, das colônias de Pelotas, Canguçu, Cerrito e Capão do Leão, que acabam procurando atendimento no hospital. “E com uma peculiaridade, atendimento humanizado. Os pacientes são tratados pelo primeiro nome, por pessoas conhecidas da comunidade e sem qualquer espera”, dizem.
Após passar por uma série de adequações e mudanças nas políticas administrativas, capitaneadas pela neta do fundador, Liane Arndt, em 2020, a capacidade de atendimento do hospital ganhou visibilidade durante a pandemia, pois ajudou a desafogar os hospitais de Pelotas e Rio Grande, com a transformação do pronto-atendimento em ambulatório de síndromes gripais. Para isso, foram criadas duas “salas vermelhas” equipadas com monitores de sinais vitais, carrinho de parada, dois ventiladores mecânicos, desfibrilador e oxigênio, onde o paciente era mantido de 12h a 24h isolado e em observação, até sua alta ou transferência para internação em hospitais da região.

Faes, físico aposentado com 30 anos de experiência hospitalar e morador de Morro Redondo, foi convidado por Liane para modernizar e reativar o setor de raio-x do hospital, que estava desativado há dez anos, levando a população a se deslocar até Pelotas ou Canguçu para realizar o exame. O setor, com uma média de 80 atendimentos de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) por mês, está em funcionamento desde dezembro de 2020. O hospital conta ainda com dois eletrocardiogramas e ultrassom.
E os esforços da administração são inúmeros a fim de manter os custos de manutenção do hospital, que é uma instituição filantrópica. Entre as soluções implementadas está o Cartão Fidelidade, que permite, com uma mensalidade de R$ 45, a inclusão de até cinco pessoas por família, ou mais, a um adicional de R$ 5 por pessoa. “Com isso, os usuários garantem descontos nas consultas com os especialistas credenciados ao cartão de até 25%”.
Estão credenciados cardiologista, gastroenterologista, dermatologista, traumatologista, cirurgião geral, ginecologista, psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e fisioterapeuta e oferecidos exames de eletrocardiograma, raio-x e ultrassom.
Além disso, desde abril, um convênio com o Centro Clínico Miguel Piltcher, de Pelotas, permite aos detentores do cartão realizar exames não oferecidos no Hospital, como a tomografia, com valores diferenciados. A medida, segundo eles, evita que haja grande espera.
O hospital possui, ainda, Clínica Psicológica e de Terapia Ocupacional, que funciona dentro da instituição, onde 90% dos pacientes são crianças do município, encaminhadas através da Secretaria de Saúde local. Desde junho de 2020, a Clínica Bem me Quer realiza 96 atendimentos mensais de fonoaudiologia, 170 psicológicos e 60 de terapia ocupacional, entre SUS e particular, onde os pacientes passam por triagem com psicólogo.
A clínica possui duas psicólogas, uma terapeuta ocupacional e uma fonoaudióloga. O hospital recebe também recursos repassados pelo governo do município para o pagamento dos profissionais que atendem no Pronto Atendimento e que atuam na realização de exames.
A administração também conta com a solidariedade da população e de empresas, que podem fazer doações via pix (CNPJ 92.206.325/0001-43) às obras de revitalização ou através de parceria com ferragens locais (Mafra, Cantarelli e Buttow), para a doação de sacos de cimento.
Durante a festa de comemoração dos 34 anos de Morro Redondo, o Hospital estará presente com estande para divulgação do cartão e das obras realizadas no prédio. Também estará sob responsabilidade da instituição a copa da festa.
Fundado em 1957, pelo médico Ernesto Maurício Arndt, ao longo de 65 anos o hospital atendeu gerações, desde os que ajudaram a construí-lo, e muitos dos seus descendentes, até hoje buscam os primeiros atendimentos em saúde no estabelecimento. Possui em torno de 50 funcionários, entre médicos, enfermeiros, atendentes, higienizadores, recepcionistas, entre outros.