
Em Morro Redondo, a movimentação para as expressões culturais se dá, prioritariamente, por iniciativas da sociedade com algum apoio da administração pública. A observação é da presidente do Conselho da Cultura local, Patrícia Hackbart. “Temos a expressão musical como a de maior número de participantes, tradição desde épocas não muito antigas, quando existia uma maior frequência de bailes nos salões e comunidades religiosas, também corais e grupos de canto”, destaca. Segundo ela, todas estas tradições musicais estão fortemente ligadas ao período colonial, bem como o grupo de danças germânicas.
Com grande envolvimento de sócios, a Associação Amigos da Cultura tem como principal função o mantenimento do Museu Histórico Municipal. Além disso, o município também possui uma expressão bastante significativa em artesanatos variados, representando a economia criativa. “Fruto deste modelo de criação, o doce colonial surgido nas cozinhas e pátios de famílias tradicionais, que os produzem até hoje e é muito apreciado por todos”, exemplifica. De acordo com Patrícia, algumas destas famílias transformaram a prática em indústrias de conservas, movimentando economicamente o município.
“O saber fazer do doce colonial foi reconhecido e registrado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), juntamente com Pelotas e, também, somos Polo da Cátedra da Unesco – IPT Humanidades e Gestão Integrada do Território”, salienta. Ela acredita que o atual momento da Cultura em Morro Redondo esteja em processo de estruturação, muito incentivado pelas exigências de organizações que o Ministério da Cultura vem solicitando, relacionado ao Sistema Nacional de Cultura – um movimento que consolida as exigências dos profissionais da Cultura por políticas públicas para o setor.
Desta forma, o Conselho Municipal de Políticas Culturais foi reativado no início de 2023, com elaboração de um Plano de Cultura e adequando-se às normativas federais e estaduais para o recebimento de fundos para o setor. “Já participamos da Lei Paulo Gustavo, deliberando em assembleia sobre como aplicar os recursos, e estamos agora no memo processo de elaboração dos editais para a Lei Aldir Blanc II”, ressalta Patrícia.
“Penso que seja um início de ‘injeção’ de ânimo, principalmente financeiro para estes profissionais tão importantes para a sociedade como um todo”, finaliza.