Os 69 produtores de trigo da região Sul colheram 30.938,80 toneladas do grão, o equivalente a 515.646 sacos de 60 quilos do produto. Com a saca cotada em R$ 83, este volume deve movimentar um valor bruto superior a R$ 42,7 milhões na Zona Sul do estado.
De acordo com o engenheiro agrônomo Evair Ehlert, extensionista rural da Emater/RS-Ascar, nesta safra a cultura teve um percentual de aumento de 107% na área de cultivo. “A expansão foi significativa, motivada pelo bom preço da saca pago ao produtor”, ressalta. Foi cultivada com trigo uma área total de 10.883 hectares em 12 municípios, com o grande destaque sendo Jaguarão, com 3 mil hectares. Em 2020, no total, foram 5.245 hectares. Quando se comparam as duas safras, o clima não teve maiores influências nas produtividades e produção final.
Segundo Ehlert, a diferença foi o aumento da área. O preço também foi mais favorável. “O valor do saco pago ao produtor se elevou de R$ 70 para R$ 83 por saco de 60 quilos”, ressalta. Segundo o extensionista, o faturamento gera renda imediata para a região, a partir do ingresso de dinheiro que circulará na economia.
As produtividades obtidas foram de 2.842 quilos por hectare, com trigo PH acima de 78, número superior às médias de produtividade de safras anteriores. “O clima ajudou nestes resultados, com frio e umidade quando precisava e tempo mais seco no espigamento e colheita”, diz. Além disso, as perspectivas de bons preços levaram o produtor a empregar mais tecnologia. Os resultados permitiram cobrir os custos de produção pelo fato de a implantação da cultura ter sido realizada antes da alta generalizada dos insumos.
Conforme Ehlert, tradicionalmente a safra de trigo é semeada a partir do final do mês de maio, segue em junho e finaliza em julho. “Isto ocorre com o objetivo de evitar que a floração e a granação do trigo não sejam atingidos por frios/geadas tardias”, explica.
Em 2021, a colheita iniciou em novembro e finalizou no início de dezembro. Na análise do agrônomo, o produtor já estará no lucro caso os custos de produção sejam pagos, pois o trigo oferece opções para rotação de culturas para os sistemas de produção, serve como cobertura permanente do solo e, após a colheita, deixa ótima palhada para o sistema de plantio direto das culturas de verão, como a soja e o milho.
A rotação também reflete na quebra de ciclos de pragas, doenças e plantas invasoras e na otimização para utilização de toda infraestrutura da propriedade. O agrônomo ainda destaca a situação referente aos empregos, diretos e indiretos, que aumentam com a nova cultura.
TRIGO – SAFRA 2021 (Escritório Regional de Pelotas)