O sonho da terra própria chega a famílias por meio da reforma agrária em Capão do Leão

Produtor conta com área de 14 hectares, onde cultiva milho, feijão, pastagens e hortaliças, além de possuir pequena criação de porcos e gado no pasto. (Foto: Arquivo Pessoal)

Muitos agricultores que vivem do cultivo da terra ainda acalentam o sonho de um dia trabalhar em área própria. Através da Reforma Agrária, este sonho se tornou realidade para as mais de 15 famílias que vivem no assentamento 24 de Novembro, no Capão do Leão, localizado próximo à antiga Fazenda da Palma, área da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

É lá que vive e trabalha a terra, a família do agricultor Valdair Macali, composta por ele, a esposa e um filho de 17 anos. Natural de Rodeio Bonito, noroeste do estado, o produtor mora no local há 20 anos, numa área de 14 hectares, onde cultiva milho, feijão, pastagens e hortaliças. Também possui uma pequena criação de porcos e gado no pasto, conta. Seus pais também vivem há 30 anos no município, no assentamento localizado junto à Fazenda da Palma.

Além do consumo da família, uma parte da produção na propriedade é comercializada para obtenção de renda. Macali, a esposa e o filho, que estuda pela manhã e ajuda na lavoura à tarde, se dedicam à produção orgânica de hortaliças, como a couve, alface, tempero verde, abóbora japonesa, entre outros. Os produtos são colhidos semanalmente, todas as terças-feiras, e destinados à merenda escolar, adquiridos pela Prefeitura do Capão do Leão, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

“Faz três anos que entrego produtos para a merenda escolar, e sempre procuramos diversificar a plantação, como forma de agregar valor à produção”, diz. O sistema de cultivo orgânico dos alimentos é uma das condições do programa já que são destinados à alimentação das crianças.

O produtor destaca o importante trabalho de assistência realizado pelos técnicos da Emater local junto à propriedade. Entre outras ações ele cita a implantação do sistema de irrigação por aspersão em área de dois hectares de lavoura, que se tornou possível devido ao planejamento efetuado pela Emater, tanto na execução quanto na busca de recursos.

Com a irrigação fica mais fácil produzir em períodos de forte estiagem, comuns na região, especialmente no verão. “No plantio de hortaliças um dos pontos principais é a água”, indica.

Segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre os anos de 1975-2020, no Rio Grande do Sul, um total de 12.272 famílias foram assentadas em 98 municípios, em área de 295.270,59 hectares distribuídos em 345 assentamentos.

Na Zona Sul do estado, existem hoje 3.595 famílias assentadas em 116 projetos que abrangem 13 municípios. A área de reforma agrária atinge 103.043 hectares. O número de estabelecimentos de agricultura familiar chega a 32.113 propriedades, que contam com mão de obra de 86.486 pessoas.

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