O protagonismo dos profissionais de saúde se tornou ainda mais presente nestes últimos meses de pandemia. Desde o momento em que decidimos escolher uma profissão para cursar, ninguém imagina se submeter a tantas situações desanimadoras em série. Muitas vidas foram perdidas por um vírus que se quer avisou que poderia chegar, famílias desoladas e a esperança foi se tornando cada vez mais rara.
São tantas as situações que geram incertezas e amedrontamento na população mundial, que com os profissionais da saúde que atuam diariamente contra o vírus não seria diferente. O enfrentamento à Covid-19 por eles foi sendo vivenciado dia após dia. Até o momento em que a primeira vacina foi fabricada, somente o amor à profissão motivou toda equipe hospitalar de Canguçu a continuar lutando.
Superação e esperança
Em momentos extremos como estes, uma mensagem de otimismo faz toda a diferença. Entre tantas outras histórias, a canguçuense Eva Gonçalves passou por momentos extremos enquanto integrou o quadro de infectados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Caridade de Canguçu.
Eva esteve internada na UTI por mais de 30 dias, entre as dificuldades, passou por uma parada cardíaca de seis minutos. “Posso dizer que nasci de novo. Fiquei sem caminhar, sem falar, mas com a fisioterapia fui conseguindo. Graças a deus já estou caminhando e falando”.
Ela conta que seu tratamento pós covid-19 já ultrapassa três meses “isso deixa muitas sequelas e acaba com a pessoa. Estou me recuperando devagar”. Por conta do quadro apresentado pela então paciente do hospital, sua recuperação ainda não foi suficiente para que retornasse ao trabalho, mas agora que tomou a primeira dose da vacina, já consegue ver uma luz no final do túnel. “Ainda não posso trabalhar, os pulmões estão fraquinhos, mas já fiz a primeira dose e aguardo a segunda”.
A infecção pelo vírus foi um grande divisor de águas em sua vida. “O que vem para a gente, temos que enfrentar. Eu não acreditava na covid, era uma que não acreditava, mas acabei passando por essa luta que não foi fácil, achei (no começo) que tava só engripada”.
Embora tenha passado por tantas situações extremas, Eva foi uma das poucas brasileiras que resistiu à doença após mais de um mês intubada. “Tem que se cuidar, isso não é brincadeira”, ressaltou.